A mesma manchete 4 anos depois – o denuncismo sem provas vai matando a credibilidade da mídia

A 5 dias da eleiçao presidencial argentina, o jornal Clarín publica hoje na 1ª página a mesma manchete que lançou quando faltava apenas 1 dia para as eleiçoes presidenciais primárias de 2011. Na época, Cristina Kirchner venceu a disputa com 54% dos votos. “Revelam espionagem estatal a políticos e dirigentes sociais“, estampava a 1ª página do Clarín do dia 13 de agosto de 2011. “Denunciam espionagem contra juízes, políticos e jornalistas“, revela hoje o Clarín.

Depois de 12 anos de governo kirchnerista, a Argentina pode conhecer seu novo presidente neste domingo. Apesar das eternas (e fracassadas) previsoes de um fim de era, o certo é que Daniel Scioli, candidato do governo, lidera com folga as pesquisas, e pode ser eleito ainda no 1º turno deste fim de semana. Muito mais do que uma informaçao que deverá ser investigada novamente pela Justiça, esta manchete repetida do Clarín sobre espionagem alimenta o denuncismo sem provas, prática tao corriqueira da grande mídia global. O problema aqui é como a história do menino que sempre finge que está se afogando. No dia que o perigo é real, sua falta de credibilidade já nao permitirá que se salve. No caso do Clarín, o mar toma a forma de certo desespero pela possibilidade concreta de que, pela 3ª vez consecutiva, o governo Kirchner saia vitorioso das urnas.

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