CONAR arquiva representaçao contra o filme “Eu odeio berinjelas”

O Conselho Nacional de Autorregulamentaçao Publicitária (CONAR) determinou por unanimidade, nesta 3ª feira (29), o arquivamento da representaçao feita na entidade por uma consumidora que julgou inadequado o conteúdo do filme “Eu odeio berinjelas”, criado pela OpusMúltipla para o Grupo Dignidade e veiculado nacionalmente pela Rede Globo. Segundo a consumidora, o comercial estaria fazendo lavagem cerebral nas crianças. Como defesa, a OpusMúltipla e o Grupo Dignidade argumentaram que o filme aborda o respeito à dignidade humana e o repúdio irrestrito a qualquer forma de discriminaçao, bem como o fundamento da liberdade de expressao.

No laudo de n° 250/16, a relatora e conselheira Fátima Pacheco Jordao expoe em suas consideraçoes que a maioria das manifestaçoes dos consumidores foi favorável ao filme; que o Brasil é apontado pela ONU como um dos países mais violentos do mundo em relaçao à agressao e mortes por questao de gênero; que as leis brasileiras e os julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecem a uniao afetiva como direito da cidadania e ainda que a Rede Globo, que elegeu a peça para integrar uma campanha de promoçao do respeito mútuo, tem um viés voltado para uma visao de direitos humanos. Desta forma, o CONAR votou pelo arquivamento da representaçao, por considerar que a mensagem trazida pelo filme é necessária diante de um grau de intolerância e de violência contra homossexuais no país, que as cenas dos beijos dos casais nao contêm elementos de erotismo e que o teor da mensagem invoca a supremacia da civilidade, em contraponto à barbárie e ao ódio.

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