Desserviço do Yahoo – fez do home office 1 ‘bode expiatório’ para situaçao interna

A decisao do Yahoo de encerrar o trabalho remoto tem sido um dos assuntos mais comentados na imprensa norte-americana. Segundo as informaçoes que circulam na mídia, a decisao de Marissa Mayer é pontual, visando resolver questoes internas do próprio Yahoo, mas a medida acabou sendo também um desserviço para o desenvolvimento de modelos de trabalho remoto.

Na onda do Yahoo, a Best Buy também anunciou a suspensao do home office – quem trabalhava de casa precisará voltar a ‘bater ponto’ no escritório, e nem de longe isso significa uma maior produtividade, pois os funcionários, quando querem, sempre encontram novas formas de procrastinar, seja no Facebook ou tomando um cafezinho na copa. A tendência do trabalho parcial ou totalmente remoto tem crescido com o passar dos anos – o último censo nos EUA mostra um aumento de 35% no teletrabalho, que traz benefícios também para os empregadores, como a diminuiçao de custos e melhora de produtividade do funcionário, que passa a fazer uso dos seus horários com mais disposiçao, o que eleva a eficiência.

Fredric Paul, do ReadWrite, acredita que a proibiçao feita pelo Yahoo e pela Best Buy é mais um indicador de que as empresas nao vao bem – os funcionários em home office acabaram virando o ‘bode expiatório’ de culturas corporativas falidas. Marissa Mayer tomou uma decisao que se refere aos problemas particulares do Yahoo, mas de repente passou a ser vista como um modelo a ser seguido – Tony Hsieh, CEO da Zappos, fez questao de deixar claro que nao quer seus funcionários trabalhando de casa, creditando o sucesso da sua empresa à situaçao presencial do trabalho do pessoal Com todo o respeito, Tony, mas nao necessariamente tem a ver, né? ;)

Tanto nao tem a ver que o bilionário Richard Branson, presidente da Virgin, é um dos que se opôs à suspensao do trabalho remoto no Yahoo, declarando que a medida é um ‘retrocesso’ – “Nós gostamos de dar às pessoas a liberdade de trabalhar de onde querem, seguros de que eles tem o conhecimento e a habilidade necessários para ter uma excelente performance, seja trabalhando de uma mesa no escritório ou na cozinha”, declarou ele em seu blog.

O fato é que o fim do home office nao é o que vai salvar o Yahoo, a Best Buy, ou qualquer outra empresa. O que pode salvá-las é a uniao da equipe, a cultura da empresa e um novo e motivador projeto – Marissa sabe disso, ela vem do Google, uma das empresas mais inspiradoras da atualidade,  mas ela parece ter precisado apelar para a última instância, que é trazer a equipe de volta para o cercadinho e torcer para que dê certo.

Quem faz home office – como os editores do Blue Bus – e acredita no futuro do trabalho remoto, no entanto, está torcendo exatamente pelo contrário. Se a convocaçao para voltar ao escritório nao resolver o problema das empresas, fica evidente que esta nao era a soluçao da questao. Daí, quem sabe, podemos retomar nossa tendência positiva de teletrabalho ;)

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