‘Facebook-dependência’ da mídia pode estar chegando ao fim – já nao era sem tempo

No artigo ‘Facebook Finally Blinks’, publicado no Atlantic, Franklin Foer fala sobre a decisao de Mark Zuckerberg de “reinventar” o News Feed – ao longo dos próximos meses, deve exibir mais posts de amigos e família e menos conteúdo de marcas e veículos da mídia. Mas o que a princípio pode fazer os publishers tremerem tem o potencial de finalmente libertá-los da dependência da rede social, como explica Foer no trecho a seguir:

O Facebook encorajou a mídia a se tornar dependente dele. Quando o Facebook pediu para a mídia criar os Instant Articles, ela cedeu. Quando o Facebook encorajou a mídia a investir recursos na produçao de vídeos curtos, a mídia obedeceu e colocou preciosos dólares editoriais nessa busca. E agora, depois de fazer gato e sapato da mídia, depois de explorar a confiança submissa da mídia, o Facebook basicamente disse à mídia para cair fora. Ao reduzir o número de notícias em seu News Feed, o site está acabando com uma parte do tráfego e, consequentemente, acabando com uma parte da receita.

A mídia sentirá o baque, mas será para o bem dela. E de certa forma, a mídia sabe disso. A cobertura hostil do Vale do Silício nesses últimos meses reflete um certo psicodrama. Durante anos a mídia se ressentiu de sua dependência no Facebook e no Google, mas reprimiu quaisquer sentimentos mordazes. Essas companhias tinham tanto prestígio cultural, e a mídia se sentia tao aprisionada a elas, que restringiu amplamente a expressao de suas reclamaçoes. Com a eleiçao de Trump, toda a raiva reprimida da mídia foi libertada. De repente era aceitável falar mal dessas empresas. Todo dia os grandes jornais pareciam publicar uma nova crítica sobre elas.

Mas ao invés de bater no Facebook mais uma vez, a mídia deveria agradecê-lo. O Facebook fez à mídia o maior favor de todos. Ele forçou a mídia a enfrentar o fato de que a publicidade digital e o crescente tráfego da web nunca sustentarao a indústria, especialmente se esse tráfrego vem de monopólios como o Facebook que esperam faturar todos os dólares da publicidade digital só para eles. A mídia nao pode negar isso, mas nao quer aguentar a dor e o desgosto que vêm com a transiçao; e está relutante em abrir mao da noçao de que pode usar o Facebook para atingir escala global. Agora, Zuckerberg quebrou isso também – e libertou a mídia de uma desilusao que deveria ter sido descartada há muito tempo.

Leia o artigo na íntegra aqui.

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