Macri anuncia o fim do ‘678’, programa que desmascarava operaçoes do monopólio midiático

Uma das 1as medidas do novo presidente da Argentina que assume o mandato nesta 5ª feira será tirar do ar o programa político 6 en el 7 a las 8, mais conhecido como ‘678’, exibido todos os dias pela TV Pública. Há 7 anos no ar, 678 sempre cumpriu a missao para o qual foi criado, em um país onde 70% do espectro audiovisual é controlado por uma só empresa. Contar para a sociedade argentina tudo o que a grande mídia privada nao conta, além de também debater temas sobre a realidade política econômica e social do país.

Formado por uma equipe de jornalistas e um convidado diário, o programa apresenta reportagens em um formato de collage em que expoe as contradiçoes e mentiras dos jornaloes, sites e canais de TV. Uma espécie de contra corrente ao pensamento monopólico e dominante da grande mídia. Diversas vezes aqui mesmo neste espaço reproduzimos algumas das reportagens de 678, reivindicando sua importância para contrabalançar o poder de manipulaçao da grande mídia – veja um exemplo aqui.

678 nunca foi um programa campeao de audiência. Mas é claro, sempre um produto demonizado pelo establishment mediático e pela oposiçao política. Constantemente encurralado por suas reportagens esclarecedoras sobre práticas mentirosas e operaçoes de mídia, o novo poder que assume a Argentina, e consequentemente a televisao pública, nao encontrou outro lugar para 678 que nao fosse a lata de lixo.

Mas nao deixa de ser contraditória a decisao do novo governo de calar vozes. Porque o fim de 678, um programa miúdo, de muito pouca audiência, nada mais é do que uma mordaça a este grupo de jornalistas que há tanto tempo ajuda seu público a entender como e por que certas operaçoes midiaticas sao realizadas. O fim de 678 é mais uma prova de que os que sempre se disseram a favor da liberdade de imprensa e que agora assumem o poder na Argentina só pretendem mesmo fazer de sua voz a única voz.

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