Mais de 500 anos depois, Raoni no 1º mural de Kobra em Portugal

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante… dizem os versos da música de Caetano. E como todo artista tem alguma coisa de profeta, foram precisos mais de 500 anos para que aquele representante dos habitantes da outrora terra de Santa Cruz – o cacique Raoni, da tribo Caiapó – viesse pousar num prédio de 5 andares em Lisboa, no 1º mural do brasileiro Kobra em Portugal. Esta obra, produzida numa velocidade estonteante, faz parte de um projeto maior de “proteçao dos povos indígenas, das etnias e preservaçao da floresta amazônica”, chamando a atençao para um problema “no Brasil e no mundo inteiro” através da “valorizaço das etnias”, explica à Lusa o artista de 41 anos que, no final da década de 1980, “pichava paredes em Sao Paulo”. De cidade em cidade, Kobra vem mostrando com quantas latas de tinta é possível transformar ideias em arte, cores em formas e caras em mensagens comuns a todos. Raoni está no ‘Muro – Festival de Arte Urbana de Lisboa‘, que vai até domingo. Depois irá continuar a revelar aos que por ali passam o que existe do outro lado do muro… “E aquilo que nesse momento se revelará aos povos surpreenderá a todos nao por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o óbvio”.

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