A pesquisa da Secom que radiografa a midia | A 1a amostra efetivamente nacional

Analise do Luciano Martins Costa no Observatorio integra aqui

Pesquisa divulgada ontem (7/3) pelo ministro-chefe da Secretaria da Comunicaçao Social, Thomas Traumann, apresenta um relato inédito dos hábitos de consumo de mídia por parte dos brasileiros.Trata-se do primeiro levantamento efetivamente nacional sobre o uso dos meios de comunicaçao, com amostras representativas dos 26 estados e do Distrito Federal, que deverá ser repetido anualmente.

A metodologia tende a dar mais visibilidade aos meios de longo alcance, como a televisao e a internet. Essa é uma grande qualidade do estudo, uma vez que os levantamentos feitos por instituiçoes privadas que representam as próprias empresas de comunicaçao cobrem apenas os grandes centros e o alcance da mídia mais concentrada. A realidade nacional é diferente daquela que se vê a partir de Sao Paulo, Rio ou Brasília.

O resultado mostra que assistir televisao é hábito de 97% dos brasileiros de todas as idades, gêneros, nível de renda, escolaridade ou localizaçao geográfica. O rádio ainda tem grande penetraçao, citado por 61% dos entrevistados, e, tratando-se de uma pesquisa nacional, que inclui os lugares mais remotos do país, surpreende que 47% dos consultados tenham declarado o hábito de acessar a internet.

A leitura de jornais diariamente é hábito de apenas 6% das pessoas (25% dizem ler um jornal por semana) e 7% costumam ler revistas semanais.

Há algumas curiosidades interessantes nos gráficos, como o tempo dedicado por homens e mulheres à televisao, nos dias úteis e nos finais de semana, e a diferença de uso em cidades pequenas e nas regioes urbanas com mais de 500 mil habitantes: em média, a TV fica ligada mais de 3 horas por dia. Durante a semana, predominam os programas jornalísticos ou de notícias, com 80% de citaçoes entre 3 respostas por ordem de lembrança, seguidos pelas telenovelas, com 48%. Aos sábados e domingos, a preferência muda para programas de auditório, com 79% das preferências; jornalismo passa a 35% e programas de esporte aparecem com 27% das escolhas.

O rádio também apresenta um perfil de alta intensidade, com o aparelho ligado cerca de 3 horas por dia, durante toda a semana. Há uma concentraçao maior de ouvintes na regiao Sul, enquanto no Centro-Oeste e na regiao Norte, por exemplo, mais de 50% afirmam nunca ouvir o rádio. Trata-se, também de um meio preferido pelas mulheres, tanto em frequência quanto em intensidade, com uma audiência mais relevante entre os maiores de 65 anos.

A internet aparece como o meio de comunicaçao que mais cresce entre os brasileiros. 1/4 da populaçao já acessa a rede diariamente: de 2a a 6a feira, com uma intensidade média de 3h39 minutos, e durante 3h49 nos finais de semana. Os usuários estao concentrados na faixa etária de até 25 anos, com 77% do total de entrevistados e predominância entre moradores das grandes cidades e pessoas com renda mais alta e maior escolaridade. A maioria dos usuários (84%) acessa a internet pelo computador, mas 40% também usam o celular para entrar na rede.

Um aspecto fundamental para o estudo do uso da mídia pode ser observado nos dados referentes ao tempo dedicado a redes sociais, principalmente o Facebook: 68,5% dizem utilizar preferencialmente os sites de relacionamento de 2a a 6a e 70,8% nos finais de semana. Entre os sites noticiosos nacionais, os mais acessados sao os portais do grupo Globo, Globo.com e G1.com, seguidos pelo UOL e R7.com.

Sobre a leitura de jornais, a pesquisa nao apenas confirma que se trata de um meio pouco usado pelos brasileiros, mas também que, na prática, os diários se transformam em semanários: enquanto 75% afirmaram nunca ler jornais, 6% declaram o hábito de leitura diária e 25% costumam ler jornal uma vez por semana. A primeira escolha dos leitores é por notícias locais (33% das citaçoes), seguida por esportes (25%), notícias policiais (16%) e fofocas sobre novelas e celebridades (16%). Os títulos mais citados sao os chamados populares e de baixo custo.

Interessante notar também que 19% dos entrevistados afirmam confiar sempre nas notícias de jornais impressos, enquanto 34% confiam “muitas vezes”, 39% confiam “poucas vezes” e 6% “nunca confiam”.

Dos 3 jornais considerados de circulaçao nacional, O Globo é lembrado por apenas 3,8% dos consultados, a Folha de S. Paulo é citada por 2,1% e O Estado de S. Paulo, por 1,3% dos entrevistados.

Varias sobre a pesquisa da SECOM

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