Do obituário do Jornal da Tarde escrito por Alberto Dines no Observatorio

Leia outras no Blue Blus sobre o fim do JT

O Grupo Estado fez tudo o que podia para salvar o Jornal da Tarde? O que deu errado na história do mais inventivo vespertino brasileiro desde o lançamento da Última Hora, em 1951? A empresa editora do Estado de S Paulo investiu em talentos, buscou os melhores jornalistas, pagava excelentes salários e oferecia um grau de liberdade único.

O Jornal da Tarde tinha fibra, surpreendia, era engraçado, dramático, empolgante, arrasador. Local, nacional e cosmopolita, erudito e popular, político e futebolístico, influente e esculachado. Requintado numa ediçao, espalhafatoso na seguinte, jornal-revista nos moldes do Herald Tribune que lhe serviu de paradigma inicial.

E, no entanto, durou apenas 46 anos (…..)

Quando o delírio digital obrigou os jornais brasileiros a se reinventar, o Grupo Estado contentou-se em adotar os paradigmas emitidos pela Associaçao Nacional de Jornais (ANJ) e resolveu transformar o JT num veículo insignificante, periférico, popularesco. Um jornal que nasceu sofisticado nao poderia caber num modelito brega. O resultado nao poderia ser diferente.

A única experiência que poderia salvar o JT jamais foi cogitada integralmente, aquela que, desde o nascimento, lhe foi negada – ser um jornal ‘da tarde’, efetivo, autêntico, vespertino stricto sensu, jornal do dia, antecipador dos telejornais da noite e dos matutinos do dia seguinte. Leia integra do Dines.

 

publicidade

publicidade