Onde está o dinheiro sujo – dos paraisos fiscais? Pq a Folha nao publica nada sobre isso?

Do Luciano Martins Costa hoje no Observatorio.

O Estado de S Paulo e o Globo reproduzem reportagem que circula há 2 dias na internet, com origem no Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, sobre 2,5 milhoes de documentos bancários, nos quais sao revelados os proprietários de 250 mil contas secretas em paraísos fiscais.

Trata-se potencialmente do maior escândalo financeiro dos nossos tempos. Algumas das primeiras revelaçoes atingem um ex-colaborador do presidente da França, François Hollande, acionista de pelo menos duas empresas que mantém contas na Ilhas Cayman. Também sao citados 2 filhos do ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe e um general venezuelano, além de outras autoridades e empresários de várias partes do mundo.

Mas há muito mais – Os documentos compoem um superarquivo digital de 200 gigabites, cerca de 150 vezes maior do que o conteúdo divulgado pelo site Wikileaks sobre segredos diplomáticos dos EUA.

A diferença entre a iniciativa do ativista Julian Assange, que tem sido tratado como terrorista internacional pelo governo americano, e o projeto do consórcio de jornalismo investigativo é que, no caso do Wikileaks, os documentos eram simplesmente postados na rede, enquanto o consórcio usa as informaçoes primárias como fontes de reportagens e verifica a veracidade delas junto aos suspeitos de serem donos do dinheiro.

Detalhe – A Folha de S Paulo provavelmente nao teve interesse em reproduzir o relato, o que causa estranheza, pois foi o primeiro jornal brasileiro a repercutir os vazamentos do Wikileaks. O desinteresse da Folha se torna ainda mais bizarro (estranho) se for considerado que a revelaçao dos nomes de proprietários das contas em paraísos fiscais está sendo feita com o trabalho colaborativo de 38 grandes instituiçoes da imprensa internacional, entre as quais o jornal inglêsThe Guardian, o americano Washington Post, o francês Le Monde e a rede britânica de televisao BBC (veja aqui o texto do Guardian, em inglês  e aqui, a reportagem do Monde, em francês)

Leia o texto completo no Observatorio

publicidade

publicidade