Quem diria? Daniel Dantas, o banqueiro, agora é socio de Joao Gilberto, o da bossa nova

O gênio da bossa nova Joao Gilberto é conhecido por ser 1 cara excentrico. Desde os tempos em que nem cantava pubiicamente e foi ‘descoberto’ pelo produtor Aloysio de Oliveira tocando 1 violao “diferente” num intervalo da gravaçao de ‘Cançao do Amor Demais’, musicas de Tom e Vincius interpretadas por Elizete Cardoso. Ele era musico e tirava uma batida esquisita do seu instrumento – que, mais tarde, inpirados numa giria da moda, iriam chamar de “bossa nova”. Como assistente do produtor, eu assisti essa cena pessoalmente em 1958 ;)

Hoje, aos 82 anos, ele vive recluso em seu apartamento, segundo informa materia da revista Epoca que vejo na internet. Dorme durante o dia e fica acordado a noite inteira – “Nao coleciona ternos, coleciona pijamas” – verifica a revista.

O principal e inusitado da noticia é que ele acaba de assinar 1 acordo com o conterrâneo Daniel Dantas, o banqueiro famoso das paginas policiais, pelo qual recebe, como antecipaçao por direitos artisticos, R$ 10 milhoes.

Informa a Epoca – “No dia 5 de abril deste ano, ele foi protagonista de uma jogada milionária. O músico se associou a seu conterrâneo, o financista baiano Daniel Dantas, num negócio inédito na indústria fonográfica brasileira. Segundo o contrato, Dantas adiantou a ele R$ 10 milhoes. Como contrapartida, embolsará metade de uma indenizaçao que Joao Gilberto tem a receber da gravadora EMI e poderá explorar comercialmente seus 4 discos gravados no auge da bossa nova, ainda em disputa judicial”.

Em processo movido contra a inglesa EMI, que foi controladora do extinto selo Odeon, publicador dos discos, Joao alega basicamente o fato de nao ter sido consultado e nao ter autorizado a ediçao de uma versao best of do seu repertorio em 1988. Ganhou na Justiça somente no ano passado, 2012 – “A definiçao do montante a receber ainda é motivo de disputa. Os advogados da EMI afirmam que o valor a pagar é de R$ 1,2 milhao. Os de Joao Gilberto garantem que sao R$ 100 milhoes”.

“A partir de agora, a P.I. Participaçoes, empresa de Dantas, coordena as estratégias jurídicas e comerciais relacionadas ao processo” – informa a Epoca. Diz que sua tarefa é conceber iniciativas para, usando as próprias palavras do contrato, “maximizar os retornos” da açao judicial.

‘No contexto do atual mercado, uma indenizaçao de R$ 100 milhoes parece pouco factível – isso equivale a quase 1/3 de todo o faturamento da indústria fonográfica brasileira no ano passado”- nota Epoca. “Mas Dantas, que nao joga para perder, muito provavelmente terá lucro no negócio. Além do processo já ganho, poderá ajuizar novas açoes no Brasil ou no exterior, relativas ao uso indevido das gravaçoes de Joao Gilberto feitas por empresas ligadas à EMI”.

Obrigado ao Mauricio Machado pela dica da noticia ;)

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