Verizon: o valor da AOL é sua plataforma tecnológica, nao o seu conteúdo

O anúncio da compra da AOL pela Verizon é mais um sinal da “virada de jogo” no mercado de conteúdo. No seu último relatório trimestral, a AOL mencionava 190 milhoes de visitantes únicos, uma receita publicitária de USD 483 milhoes e uma receita de assinantes de USD 141 milhoes. Fazendo uma conta rápida, apenas para fins de comparaçao, cada visitante gerou uma receita publicitária de USD 0,85 centavos mensais. Se levarmos em conta somente a receita com publicidade display (USD 130 milhoes no trimestre), o resultado é ainda pior, e seguia com tendência histórica de queda.

Embora os 2,1 milhoes de assinantes gerem uma receita bem maior (USD 22,3 mensais cada), é óbvio que somente estes números nao justificam o investimento. Embora reconheça o valor da base de assinantes e de produtos editoriais como o Huffington Post, “nosso principal interesse é na plataforma de tecnologia publicitária“, afirmou o diretor de operaçoes da Verizon em conferência com investidores na manhã desta 3ª feira. Foi essa plataforma que ajudou a AOL a crescer em 80% suas vendas programáticas, que já respondem por 45% da receita com grandes anunciantes da empresa.

A Verizon já tinha anunciando planos de lançar serviços voltados para o consumidor mobile, em um modelo misto de publicidade com assinaturas, focados principalmente em vídeos. Os pesados investimentos e aquisiçoes que a AOL fez em plataformas tecnológicas voltadas para este segmento e sua integraçao debaixo de um único sistema de venda de atençao se tornaram o principal ativo da empresa em um campo de batalha que será dominado por gigantes resultantes da fusao entre produtores de conteúdo e redes de distribuiçao.

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