Virando à esquerda? Portugal discute o futuro nestes seus 40 anos de democracia

Fica difícil nao prestar atençao ou ter alguma opiniao sobre o que está acontecendo nestas últimas semanas na política portuguesa. Os ‘achismos’ tomaram conta dos noticiários e com certeza aumentaram o consumo de bebidas nas conversas nos bares e esquinas das cidades. Tudo porque na iminência de um governo de esquerda, Portugal discute o seu futuro como há muito nao se via nos seus 40 anos de democracia. E pensar que na campanha para as últimas e recentes eleiçoes tudo começou com a clássica ideia da direita unida, PS no centro (e nao se discute mais…) e os partidos da chamada esquerda a tentarem conquistar os seus poucos e fiéis eleitores.

Tudo certo até que… por obra do chamado ‘destino das urnas’, Passos Coelho – líder da coligaçao de direita PSD/CDS, no poder desde 2011- conquistou de novo os votos dos portugueses e foi reconduzido à chefia do governo. Mas, com um senao – sem a maioria absoluta dos deputados no Parlamento. Isto significa que, no regime parlamentarista, quem ganha as eleiçoes com maioria relativa nao tem a vida fácil ao ter que negociar novos apoios – e, perigo, perigo, dizem os mais conservadores… Se as outras forças políticas se aliarem entre si para isolar os vencedores, serao elas que poderao ir para o governo. Alguma dúvida?

É sempre bom lembrar que a coligaçao no poder venceu (38,5%), mas perdeu a maioria absoluta e os partidos de esquerda juntos tiveram mais votos (50%). Feito isso, vamos às perguntas que nao querem calar – haverá mesmo a tao discutida coligaçao de esquerda? Há medidas alternativas à austeridade implantada no país nestes últimos anos? O novo governo do 1° ministro, Passos Coelho, tem os dias contados? Como o presidente da República, Cavaco Silva, irá reagir ao ter que dar posse a um governo de esquerda – ou nao… Dúvidas e respostas para essas e outras perguntas no início da próxima semana (dias 09 e 10), no Parlamento português. Surpreso? Este é o cenário que muitos ainda insistem em chamar de ‘crise’ e nada mais é do que ter a oportunidade de participar de mais um momento histórico neste país – o de assistir a sempre renovada democracia a funcionar. Ao futuro…

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