Marketing invadiu o jornalismo, nada é o que parece ser – no Observatório

Era de ouro do jornalismo? Ledo engano. Há tempos a integridade editorial está comprometida pelo marketing, afirma Bob Garfield em matéria no Guardian – traduzida por Jô Amado para o Observatório da Imprensa. “Bem vindo à Economia do Jornalismo 101”, onde os anúncios classificados lucrativos desapareceram, onde a indústria enfrenta uma situaçao amplamente deficitária e a receita já nao sustenta organizaçoes de mídia sólidas – que dirá organizaçoes de mídia fracas. E isso significa que “uma porçao de gente esperta e desesperada vem procurando dinheiro, de maneira esperta e desesperada, em outros lugares. Até agora, o resultado tem sido pífio”. Garfield aponta para os releases disfarçados de reportagem, um caso fracassado de publicidade mascarada de editorial na The Atlantic, um programa do Washington Post – que também nao deu em nada – que cobrava das pessoas pelo acesso a seus repórteres em jantares “em off”, além dos pay-per-post, pay-per-tweet, pay-per-review.

Nada é o que parece ser, e “leitores e espectadores nao têm como saber que sao vítimas de marketing, ou que o conteúdo, de forma inerente, nao é confiável”. E nessa hora nem adianta tentar separar as indústrias pelo meio, defende Garfield, porque as marcas do jornalismo estao cada vez mais parecidas umas com as outras e, com isso, “vemos sinais inequívocos dos publishers caminhando encurvados rumo a um mínimo denominador comum da ética”. E segue – “Alguém que se preocupe, em profundidade, com um jornalismo de qualidade e independente, deveria rezar para que paywalls e outros modelos de assinaturas prevaleçam. Isso porque no mundo dos espertos e dos desesperados, os desesperados sempre ficam com a última palavra” Leia a matéria original em inglês aqui e a traduçao na íntegra no Observatório da Imprensa.

publicidade

publicidade