A midia, tal como a conheciamos, está se tornando irrelevante, nao é?

Sob o titulo ‘A midia ainda é relevante?‘, o Luciano Martins Costa apresentou na 6a feira mais uma analise do status do jornalismo tradicional na versao radiofonica do ‘Observatorio da Imprensa’ (Radio MEC, Radio Nacional e Inconfidência, de Belo Horizonte). Raciocine com ele – siga o trecho abaixo.

“Um olhar macroscópico para a realidade do mercado de informaçao pode produzir reflexoes inquietantes. A observaçao distanciada do dia-a-dia dos jornais, comparada à dinâmica do mercado de tecnologia, provoca algumas dúvidas sobre a importância daquilo que costumamos tratar como notícia, opiniao ou informaçao jornalística”.

“Como consequência, torna-se inevitável questionar o valor real daquilo que costumamos tratar como produto da imprensa. Em termos de criaçao de cultura, por exemplo, já se pode afirmar que o YouTube, uma iniciativa isolada de mídia digital, compete com vantagens com toda a imprensa do mundo”.

“Quanto às informaçoes financeiras, boletins eletrônicos de bancos levam grande vantagem sobre a mídia tradicional e, no ramo do entretenimento, mais vale o Facebook que uma revista semanal”.

Veja o que ele nota –

“A propriedade cruzada dos meios de comunicaçao, a tradiçao da imprensa nas maos de empresas familiares, que construíram núcleos de poder simbólico sobre a opiniao do público, as vinculaçoes tradicionais dessas famílias com os donos do poder político e econômico, tudo isso, embora deva ser considerado, está se tornando apenas causa marginal no processo de desvalorizaçao dos veículos”.

“A questao central é que a mídia está se tornando irrelevante. Esse modelo esgotou sua capacidade de formular uma ideia de sociedade moderna e pluralista, deslocando-se do centro de inteligência social na razao proporcional em que a democracia se consolidava formalmente”.

“Como a imprensa tradicional nao contempla os objetivos de uma democracia real, sua funçao se esgota na formalizaçao de um simulacro de sociedade democrática que se caracteriza pela simulaçao de instituições funcionais, contexto ao qual ainda falta muito para se tornar de fato e de direito uma democracia social”.

“Quando a imprensa falha em seu papel de educar para a cidadania, por exemplo, agindo como instrumento de intolerância e preconceito, ela está simplesmente revelando seu verdadeiro caráter – sua origem oligárquica e natureza oligopolista nao admitem avançar além do formalismo no que se refere à democracia”.

Finalmente – “Resta saber se o jornalismo, como o concebemos até aqui, ainda é relevante”.

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