‘Breaking Bad’ vai acabar — e eu nao sei como lidar com isso. Preciso de ajuda

Por Roberto Amado no Diario do Centro do Mundo

‘Breaking Bad’ vai acabar – e eu nao sei como lidar com isso. O último capítulo da série, uma das mais bem sucedidas da televisao americana, irá ao ar logo mais, nos EUA, pela rede AMC e, se repetir a audiência do penúltimo capítulo, nao terá menos de 7 milhoes de telespectadores.
Estou viciado, admito. Por conta desse interesse de uma legiao de fãs, o site ScreenBid está promovendo um leilao de 250 objetos utilizados na produçao da série. Você pode comprar, por exemplo, a cueca branca com a qual o protagonista Walter White aparece em alguns capítulos, pela bagatela de 250 dólares. Ou entao o emblemático Pontiac Aztek, cor verde, por apenas 1000 dólares. Se preferir, estao disponíveis, por 400 dólares, os trajes de químicos utilizados por Mr. White e seu assistente aloprado, Jesse Pinkman, para fabricar metanfetamina, em seu pequeno, mas muito lucrativo, negócio.

Mas o final de ‘Breaking Bad’ nao pode ser resumido em um monte de cacarecos e objetos de memória para quem curtiu a série. É mais do que isso – “As séries de TV nunca mais serao as mesmas”, disse Charlie Collier, presidente da rede AMC, entusiasmado com o 10º Emmy que ‘Breaking Bad’ faturou esta semana, desta vez como “melhor série dramática”.

De fato, ‘Breaking Bad’ é, talvez, a mais cinematográfica das séries de TV — a ponto de seu criador, Vince Gilligan, já fazer planos de levar a produçao para a tela grande. Cenas fogem da mesmice, fotografia que vai do espetacular ao tenebroso, de acordo com o estado de espírito do enredo, câmara ágil e produçao perfeccionista — tudo isso produzido, sem deixar cair o nível, ao longo de mais de 50 capítulos em cinco anos de exibiçao.

Mas nao só isso. O enredo é transformador. Séries, muitas vezes, utilizam um tema central e um ambiente para desenvolver as situaçoes de sempre, tal como um novela: triângulos amorosos, dramas profissionais, situaçoes críticas envolvendo acidentes, conflitos familiares — seja num passado remoto, num futuro improvável, numa ilha deserta ou num hospital.

‘Breaking Bad’ ousa apresentando um personagem absolutamente humano capaz de atravessar com facilidade surpreendente a fronteira da ética e da moral. Ou como escreveu o crítico Chuck Klosterman, do New York Times, “o enredo é construído na zona desconfortável entre o que é certo ou errado e é a única série em que os personagens têm controle total sobre suas escolhas de vida” – siga lendo no original >

 

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