Caô Baseado Em Fatos Reais – uma ficçao poética sobre as agências de publicidade

Texto do diretor de arte Bruno Leo Ribeiro, divulgado no Medium.

Rosfran Duarte, mistura de Rosa da sua mãe, e Francisco do seu pai, era um garoto bastante legal. Nasceu em uma família humilde no bairro de Cascadura no subúrbio do Rio de Janeiro. Ele cresceu no bairro e já conhecia e se dava bem com todo mundo.

Sempre foi um estudante na média, gostava mesmo era de fazer piada com tudo e com todos. Ele falava e todos riam. Era o cara mais engraçado do colégio. Quando terminou os estudos, foi logo trabalhar. Nao queria fazer faculdade, pois precisava arrumar dinheiro pra ajudar dentro de casa.

Encontrou em um anúncio de jornal uma empresa em Botafogo que precisava de um auxiliar administrativo, seja lá o que isso realmente significava. Fez a entrevista e conseguiu o emprego. Era uma agência de publicidade.

Com o passar do tempo ele foi conquistando todo mundo do lugar. Seu jeito engraçado e cheio de tiradinhas suburbanas, lhe rendeu alguns créditos em algumas ideias que a agência criava. Tudo informal. Eram apenas conversas na hora do cafezinho.

Um dos diretores de criaçao perguntou se ele nao poderia escrever uma historia engraçada para um cliente para um spot de rádio. Em 4 horas, ele já tinha 5 opçoes. Todas excelentes. O diretor de criaçao gostou tanto que lhe ofereceu uma vaga como redator júnior.

“Mas você precisa mudar seu nome de guerra. Rosfran nao pega bem, mané. Que tal Ross? Soa gringo, fica maneiro!”.

Rosfran, agora Ross, aceitou sem argumentar. Em 6 meses, de entregador de envelopes, passou a escrever roteiros e títulos engraçados. Sua popularidade cresceu e ele virou uma lenda na agência.

“Nossa estrela do subúrbio”, diziam os donos da agência.

Parecia até que ele morava em outro planeta. Seu colegas da firma falavam pra ele dar o fora do subúrbio.

“Muda pra zona sul, mané! Subúrbio é fim de carreira!”

Ele nao dava ouvidos. Gostava da vida que tinha.

Em 1 ano produziu seu primeiro comercial para televisao. Teve até um churrasco com samba na casa dele com toda a família para ver o comercial no intervalo do Fantástico. Ele ficou orgulhoso e chorou ao ver sua mãe emocionada.

Mais ou menos em Janeiro, ele foi chamado para a sala do Diretor de Criaçao.

“Ross, já pensou em ganhar um Leao em Cannes”.

“Que porra é essa de Leao em cani?!”, pensou ele.

“Entao, to fechando as duplas pra só criar pra Cannes e te quero nesse time! Topa?”

Ross aceitou. Nem sabia o que tinha que fazer, mas parecia ser uma boa.

(…) Continue lendo essa história aqui.

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