Drones are in the air – e, por enquanto, sem regulamentaçao | Tania Savaget

Está aí o mito de Ícaro para mostrar que o homem sempre gostou da ideia de voar e ter uma visao panorâmica do mundo. No caso do deus grego, que queria fugir da sua cidade voando, os conselhos do pai nao foram ouvidos e suas asas feitas de cera de abelha e penas de gaivota, foram derretidas pelo calor do sol. De lá pra cá inventamos uma porçao de gadgets e aparelhos  para voar, com ou sem tripulaçao. Desde que vim morar em Moema, só reforcei a minha certeza de que já existe um imenso tráfego aéreo que precisa, e muito, ser controlado. Além dos avioes que passam regularmente, helicópteros nao sao raros em Sao Paulo e, parece, é meio de transporte diário para as classes AAA.

Quando vi pela primeira vez o apartamento que morei quase a vida toda no Rio pelas lentes do Google Earth, tive um misto de deslumbramento com esta sensaçao de falta de controle. Ou, se levarmos em conta a ausência de privacidade, excesso de controle. Já escrevi sobre os drones uma vez e volto a falar deles por conta de uma recente matéria que conta sobre a sua proliferaçao nos céus de São Paulo. Se já tínhamos avioes, helicópteros e uma outra pipa desavisada, ainda vamos ter que conviver com uma epidemia de drones. Mas, o que será que vem ampliando a
frota de drones na cidade?

Os segmentos que mais usam sao a publicidade, jornalismo, setores que precisam fazer mediçoes, como seguradoras e construtoras, além de pessoas físicas que querem incrementar as filmagens dos seus eventos: aniversários, casamentos e outras comemoraçoes. Para substituir as gruas numa filmagem, drones sao uma boa opçao. A diária é mais em conta. Para ajudar na cobertura de manifestaçoes ou guerras, a nao tripulaçao é uma segurança. Mas, só de imaginar o uso abusivo desta novidade, me preocupo bastante. Parece que foi visto um deles sobrevoando um treino de uma das seleçoes que disputa a Copa. A Anac promete regras até o fim do ano. Além de acidentes aéreos, os drones podem causar muito mais problemas. Em tempos de baixa privacidade, sao um perigo!

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