Entre a tradiçao e a padronizaçao – Meu Maracanã e o padrao Fifa

Nada mais comentado durante estes tempos de Copa do Mundo do que o chamado padrao Fifa. Para o bem ou para o mal, na história da humanidade, quem dita o padrao é, invariavelmente, quem tem poder para isto. E quem segue, de alguma forma, legitima este poder. A Fifa vem acumulando poder há bastante tempo e, por isto, impoe seu padrao às cidades sede. Estádios, espaços de Fan Fest, alimentos, bebidas, orientaçao para arbitragem e por aí vai.

Como consumidores, nós gostamos de padroes em muitas situaçoes de compra e consumo. É bom saber que vamos encontrar hamburguers de 120g em fast foods, que a camisa tamanho 3 nao muda de tamanho a cada estaçao, que a quantidade de shampoo no frasco vai ser sempre a mesma, que a cadeira 10 da fileira F da sala de cinema que você comprou pela internet vai estar lá te esperando. Só que, quanto mais padrao, menos espaço para a espontaneidade, as boas surpresas, a identidade.

Quando muitos estádios se encaixaram no tal padrao Fifa, algumas coisas parecem ter melhorado a vida do torcedor. Sinalizaçao, banheiros, numeraçao de cadeiras. Para estádios 100% novos, o padrao inaugura um novo tempo. No caso de estádios que têm história, como o Maracanã, a padronizaçao parece engolir anos de histórias, relaçoes entre time e torcida, espaços para cada um deixar sua marca. Os novos estádios vao ter que construir suas histórias para ganhar significado. O meu Maracanã ficará guardado naquele lugar especial que as marcas disputam: a memória afetiva.

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