Mais hackers – uma ideia para aumentar a transparência publica – no Brasil

Por Marcelo Godoy publicado no Diario do Centro do Mundo.

A primeira capital que precisa urgentemente de um hackathon, por motivos óbvios, é Sao Luis do Maranhao. Dificil vai ser contar com o apoio de algum orgao público estadual ou municipal disposto a bancar o projeto e a encrenca de mexer em um vespeiro como este. Por estas e tantas outras, o Governo Federal, inspirado no programa Mais Médicos deveria criar o programa Mais Hackers, um amplo pacto para aumentar a transparência pública, levando mais programadores e cientistas da computaçao para as chagas e os buracos negros da administraçao pública, especialmente onde há escassez de profissionais, liberdade, autonomia e falta de infra estrutura de acesso.

Com a convocaçao de mais hackers para atuar em municípios com maior vulnerabilidade social, o Governo Federal poderia investigar suspeitas de existirem fortunas que estao em paraísos fiscais, como recentemente foi apontado pelo Wikileaks – e evitar que este tipo de crime e quadrilhas se perpetuem por geraçoes e gestoes.

A iniciativa deveria expandir a infra estrutura para Wi-Fi livre e ampliar número de vagas para cientista da computaçao, além de incentivar o aprimoramento da formaçao técnica em ciência da computaçao no Brasil, inclusive entre jovens e adolescentes. Um bom exemplo da importância de se aprender ciência da computaçao desde cedo é o programa Code.org, lançado recentemente nos EUA.

“Todo mundo neste país deveria saber como programar um computador. Porque isso nos ensina como pensar”. Esta frase de Steve Jobs abre o vídeo da campanha What Most Schools Don’t Teach (veja acima). O objetivo da iniciativa é despertar no povo dos EUA o interesse na computaçao e desenvolvimento de software, algo tao ou mais importante do que aprender um outro idioma. Os americanos podem ser acusados de muitas coisas, mas sabem combater a corrupçao, pelo menos no seu país.

Voltando para Sao Paulo – com a criaçao das praças com Wi-Fi, o apoio à cultura colaborativa e do software livre, a aprovaçao do Parque Augusta, a faixa exclusiva de ônibus, e o projeto que pretende oferecer trabalho na Prefeitura para ajudar pessoas com dependência química, Haddad pode ser reconhecido como o primeiro prefeito a hackear sua própria cidade e um exemplo a ser acompanhado.

A transparência pública e privada é atualmente um dos melhores antídotos para combater a corrupçao. Que venham mais dados abertos, mais hackers e hackatons em todo Brasil.

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