O que há de novo em 1 remake como ‘O Rebu’? Texto do Pedro Kastelic

Repetindo a fórmula das primeiras 3 novelas do horário (“O Astro”, “Gabriela” e “Saramandaia”), “O Rebu” é mais um remake de uma grande novela global do passado – wikipedia. Contando mais uma vez com grandes medalhoes da emissora, como Patrícia Pillar, Tony Ramos e José de Abreu, fica a pergunta: o que há de novo entre “O Rebu” de 1974 e de 2014?

A história que parece se repetir, na verdade, 40 anos depois, foi totalmente reinventada nas maos de nomes promissores como José Luiz Villamarim, George Moura e Sérgio Goldenberg.

Fato é que, de 2013 para cá, o trio Villamarim/Moura/Goldenberg, o primeiro como diretor e os outros dois como roteiristas, parece ter conquistado a confiança da Globo de forma meteórica.

Tudo começou no início de 2013 com a minissérie “O Canto da Sereia”, inspirada no livro de Nelson Motta. Com apenas 4 capítulos, o programa foi um sucesso em qualidade e audiência, alcançando 21,5 pontos de média, 48% de share e conquistando as redes sociais – campo em que a Globo ainda batalha para dominar.

A seguir veio a também minissérie “Amores Roubados”, inspirada no livro “A Emparedada da Rua Nova”, de Carneiro Vilela. Com 10 capítulos dessa vez, outro sucesso. “Amores Roubados” alcançou a marca de mais de 28 pontos de audiência, a maior desde “A Casa das Sete Mulheres” (2003).

O 3o desafio do trio é, justamente, “O Rebu”. Se na versao de 1974 a novela teve 112 capítulos, em 2014, seus 36 capítulos permitiriam chamá-la de série tranquilamente. Nao apenas isso, mas para evitar o final previsível para quem já assistiu em 74, a história foi inteiramente modificada para a ótica da personagem Ângela Mahler (Patrícia Pillar) – assim como o nome do grande assassino, alterado.

Enquanto a resposta para “Quem matou Bruno?” nao é dada na nova versao de “O Rebu”, a resposta para a questao levantada no início do texto está também nos nomes de Villamarim, Goldenberg e Moura. Longe de serem medalhoes da emissora, eles nao parecem ter medo de buscar referências de sucesso pelo mundo. Quem assistiu “House of Cards” vai notar alguma inspiraçao dentro da abertura da série do Netflix na abertura da novela. O número reduzido de capítulos também é outra prova disso.

Ainda que todos os trabalhos do trio tenham sido adaptaçoes de histórias já contadas, isso só ajuda a concluir uma coisa: o Brasil tem ótimas histórias, basta sabermos contá-las da maneira correta.

Pedro Kastelic é storyteller na Storytellers Brand ‘n’ Fiction

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