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A polêmica cobertura da greve geral – pelo fim do coronelismo midiático
Texto de Francisco Fernandes Ladeira publicado originalmente no Observatório da Imprensa | Foto de Sergio Moraes/Reuters
Na 6ª feira (28/4) boa parte dos brasileiros interrompeu suas atividades cotidianas para participar de uma greve geral organizada em reaçao as reformas trabalhistas propostas pelo governo de Michel Temer. Como é de praxe, a imprensa hegemônica brasileira, ligada aos interesses dos grandes capitalistas, nao mostrou nenhum tipo de simpatia por mobilizaçoes da classe trabalhadora.
Em outras épocas, quando os grandes órgaos de comunicaçao detinham o monopólio de divulgar informaçoes em larga escala, a greve geral certamente passaria despercebida, nao seria noticiada, pois nao seria digna de ser considerado um ‘fato jornalístico‘. Todavia, com o advento das redes sociais, muitos acontecimentos podem ser reverberados nacionalmente à revelia da imprensa hegemônica. Portanto, diante da inevitabilidade de ocultar as mobilizaçoes populares, os maiores jornais, revistas e emissoras do país recorreram ao que melhor sabem fazer: distorcer a realidade em favor de um determinado viés ideológico.
Segundo a teoria da comunicaçao conhecida como ‘Enquadramento Noticioso‘, a mídia faz uso de certas palavras, ideias, expressoes e adjetivos que promove um enquadramento que modela um determinado acontecimento, selecionando alguns aspectos e omitindo outros. Este processo ‘recorta’ determinado ângulo do fato tornando-o conhecido e, portanto, ‘real’, permitindo assim que os cidadaos possam se posicionar e agir em relaçao ao ocorrido.
Coronelismo midiático
Como todo acontecimento complexo, uma greve pode possuir tanto aspectos positivos quanto aspectos negativos. No entanto, para descontextualizar os fatos, a grande mídia destacou que as manifestaçoes não tiveram ‘causas’, mas somente ‘consequências’. Em seu enquadramento, apenas os transtornos causados pelas mobilizaçoes populares nas ruas foram apresentados. Noticiários destacaram os engarrafamentos quilométricos e os dramas dos afetados pela greve. Fotos com zoom fechado foram utilizadas para mostrar populares nas ruas, o que possibilitou visualizar apenas fragmentos das manifestaçoes. (…)” Continue lendo aqui.
Bruno
Conheçou poquissímas pessoas que aderiram a essa greve. Grande parte não pôde ir trabalhar devido a falta de serviços públicos. Concordo que a mídia jogue a favor dos seus próprios interesses, mas, não posso dizer que os eventos do dia 28 foram corretos.
Boleto
O certo seria fazer a micareta do Domingo vestido de verde e amarelo, né?