Reporteres sao procuradores frustrados ou é justamente o contrario?

Luciano Martins Costa no Observatorio, o titulo é do Blue Bus

Interessante observar como as relaçoes da imprensa brasileira com o Ministério Público, em suas variadas instâncias, podem retratar certas motivaçoes da pauta jornalística.

Na década passada, quando o procurador da República Luiz Francisco de Souza encarnou no ex-secretário geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira, amontoando sobre ele acusaçoes de tráfico de influência, os jornais se dividiram entre indícios que prometiam excelentes pautas e a desconfiança de que o procurador exagerava.

Eduardo Jorge acabou apanhado no fogo cruzado de interesses políticos e, mesmo inocentado das acusaçoes, ainda tem sua reputaçao chamuscada. Luiz Francisco foi posteriormente queimado após denunciar o banqueiro Daniel Dantas.

Induzidos, pela própria natureza de seu trabalho, a atuar eventualmente contra poderes institucionais em casos que envolvem representantes do Executivo, do Parlamento e até do Judiciário, os paladinos do MP também podem aparecer no noticiário no papel de viloes.

O ex-senador Demóstenes Torres é um caso exemplar dessa dupla possibilidade – sua carreira de procurador foi alavancada pela relaçao com o bicheiro Carlos Cachoeira e, depois de ser transformado pela imprensa em baluarte da moralidade pública, acabou caindo em desgraça justamente por seus negócios com o bicheiro.

No entanto, é mais comum ver um juiz ou desembargador do que um membro do Ministério Público acusado de falcatruas. Quando exercem seu papel com empenho, a açao desses auxiliares da Justiça ganha destaque na imprensa porque eles encarnam a figura do campeador solitário contra o crime. Realizam, de certa forma, o ideal de origem dos repórteres.

Leia integra do texto no Observatorio – lá tem o titulo Procuradores de manchete

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