Sem surpresas, por favor – o pai que comprou todos os Kinder Ovos para seu filho

Tenho alguns projetos de educaçao em andamento. Dois deles sao trabalhos de branding que vao ajudar instituiçoes a reposicionar seu negócio e sua marca. Outros 3 têm idades diferentes e essências absolutamente distintas: minhas 3 filhas. Quando olho para todos eles consigo me enxergar como mãe e perceber os paradoxos sobre o que queremos e nao queremos para a educaçao dos nossos filhos.

Como muitos pais que responderam questionários ou participaram de grupos de discussao, sinto que fico insegura em relaçao aos conteúdos dados pela escola, às novas profissoes, ao ritmo de estudo que se complexifica e se acelera quanto mais próximo do vestibular. Em relaçao ao que desejo para minhas filhas, também me sinto representada pelas pesquisas: quero que sejam autônomas, independentes, autoras dos seus projetos de vida. Mas, como muitos, sei que cometo excessos de cuidado e proteçao.

A violência das cidades, a vontade de oferecer aos filhos o que nao tivemos de oportunidades, o excesso de informaçoes, a culpa por nao estar em casa, tudo isto tem levado pais a ser superprotetores. Uma história contada nos grupos me chamou atençao: um pai, para nao frustrar seu filho, comprou todos os Kinder Ovos que encontrou. Entendeu que oferecer tudo e nao deixar nenhuma expectativa nao correspondida era melhor do que oferecer uma surpresa ou a possibilidade de conviver com a falta. Parece um exemplo banal, mas diz muito sobre os riscos de uma educaçao que protege ao extremo e nao permite o prazer de ser surpreendido.

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