Sou Xuxa desde criancinha – contra o pastor do preconceito, racista e homofobico

Começou. O estapafúrdio, surrealista presidente da Comissao de Direitos Humanos da Câmara Federal, deputado Marco Feliciano (PSC-SP) mal tomou posse e já ameaça processar a apresentadora Xuxa Meneghel por declaraçoes feitas por ela nas redes sociais.

Xuxa diz no Facebook, apud Folha de S Paulo – “Todo mundo sabe o quanto eu respeito todas as religioes, mas esse homem nao é um religioso, é um monstro. Em nome de Deus, ele nao pode ter poder”.

Ela ainda acrescenta, segundo o jornal, que seria preciso “fazer alguma coisa” a respeito da eleiçao do deputado, que teria dito que “negros, aidéticos e homossexuais nao têm alma” Arremata – “Existem crianças com Aids. Para este senhor elas nao tem alma?”

Antes de tudo, é admirável ver Xuxa tomando uma posiçao tao contundente contra alguém que, mal ou bem, está no corpo do “establishment” político e institucional do país. Para alguém como eu ou você, leitores comuns que somos, é fácil espancar o acanalhado deputado. Para alguém que tem telespectadores das mais variadas religioes, inclusive neopentecostais, e ainda é responsável por um bom naco da audiência da TV aberta, com seus desdobramentos econômicos, é corajosa a posiçao de Xuxa. Até porque ajuda seus fãs religiosos a distinguir, entre seus pastores, quem é canalha e quem é bem intencionado.

Depois dessa pendenga de primeira hora que o deputado arrumou para si mesmo, a única coisa boa que sua presença nefasta trouxe ao país foi a manifestaçao da (ex?) rainha dos baixinhos. Ela se redime de uma infantilidade eterna, que sua personagem construiu. Parafraseando uma referência bíblica, Xuxa combateu o bom combate. Depois dessa, sou Xuxa desde criancinha. Ou baixinho, que nem sei se um dia fui.

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