A publicidade depois do Big Bang – O fracasso Omnicom+Publicis – Marcelo Coutinho

O fracasso da fusao Publicis-Omnicom mostra que a competiçao baseada puramente na busca de economias de escala para reduçao de custos nao será suficiente para assegurar a relevância econômica das agências de publicidade em um sistema de comunicaçao cada vez mais dependente da tecnologia digital.

Com o Google faturando mais de 1,1 bilhao de dólares em anúncios por semana (GOOG 10-Q Q1 2014) além do crescimento do Facebook e da integraçao das plataformas móveis da Apple e Amazon com a TV, os grandes grupos publicitários provavelmente irao acelerar seu movimento em duas áreas: aquisiçao ou alianças com empresas de software que permitem entender (e vender) melhor o comportamento do consumidor (como AOL e Yahoo, além do próprio Google, Facebook e Twitter estao fazendo) e ainda serviços, notadamente criaçao e atendimento.

O fato é que a crescente complexidade do consumo de mídia e a automaçao da compra e venda de atençao deixam poucas áreas abertas para uma competiçao razoável com os gigantes do software. Neste aspecto, o auxílio para que os clientes mapeiem a jornada de compra em um mundo repleto de pontos de contato com a marca e a criaçao de mensagens eficientes em cada etapa do processo –  é algo muito mais customizado e nao-rotineiro, ou seja, atividades em que nao se consegue um grau elevado de automatizaçao.

Neste primeiro momento, ganham os empreendedores e os executivos que apostam no investimento em talento, esteja ele no atendimento, na criaçao ou no planejamento. Perdem os banqueiros e os diretores financeiros. É bom variar um pouco de vez em quando ;)

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